A palavra “droga” vem da palavra francesa “drogue”, que significa seca, alguma coisa seca. O conceito mais comum que é usado para se referir a uma droga, estupefaciente ou entorpecente é “toda substância que provoca alterações psico-químicas no organismo, ou seja, alterações nos sentidos e no funcionamento do organismo”.
É importante notar que a palavra “droga” pode ter vários sentidos, não se restringindo apenas ao fato de ser algo ilegal e prejudicial à saúde. Vários medicamentos que tem a função de combater enfermidades específicas, como a aspirina, por exemplo, podem ser considerados como drogas, porém usadas para fins medicinais.
As drogas podem ser classificadas em três tipos: depressoras, alucinógenas e estimulantes. As depressoras alteram o processamento de captação das informações pelo cérebro, dificultando e atrasando esse mecanismo, temos como exemplo o álcool, ópio, morfina. As alucinógenas tendem a despersonalizar os usuários, como a maconha, LSD, heroína, etc. As estimulantes provocam o aumento do processamento cerebral, resultando em situações de êxtase e grande agitação, como a cocaína, crack, ecstasy, anfetaminas, cafeína, etc.
Embora algumas drogas sejam lícitas, tais como as bebidas alcoólicas e o cigarro, são aceitas no âmbito da lei, provocam os mesmos danos na saúde das pessoas, além de gerarem o vício de seus usuários, agindo da mesma forma que as drogas ilícitas. Entre os principais motivos que levam uma pessoa ao uso de drogas estão a influência de amigos, problemas familiares, desejo de fuga, curiosidade, busca por situações prazerosas, dependência, etc.
Drogas Ilícitas e lícitas:
As drogas, substâncias naturais ou sintéticas que possuem a capacidade de alterar o funcionamento do organismo, são divididas em dois grandes grupos, segundo o critério de legalidade perante a Lei: drogas lícitas e ilícitas.
As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool. Outros exemplos de drogas lícitas: anorexígenos (moderadores de apetite), benzodiazepínicos (remédios utilizados para reduzir a ansiedade), etc.
Já a cocaína, a maconha, o crack, a heroína, etc., são drogas ilícitas, ou seja, são drogas cuja comercialização é proibida pela legislação. Além disso, as mesmas não são socialmente aceitas.
É importante ressaltar que não é pelo fato de serem lícitas, que essas drogas são pouco ameaçadoras; a alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o órgão, as drogas ilícitas respondem por 0,8% dos problemas de saúde em todo o mundo, enquanto o cigarro e o álcool, juntos, são responsáveis por 8,1% desses problemas.
Nesse sentido, muitos questionam a aceitação, por parte da sociedade, das drogas lícitas, uma vez que as mesmas são prejudiciais para a saúde e também causam dependência nos usuários. Assim, o critério de legalidade ou não de uma droga é historicamente variável e não está relacionado, necessariamente, com a gravidade de seus efeitos. Alguns até mesmo afirmam que esse critério é fruto de um jogo de interesses políticos, e, sobretudo, econômicos.
Álcool
O álcool faz parte das festas e rituais religiosos e é a substância química mais utilizada pela humanidade. As bebidas alcoólicas são adquiridas da fermentação de diversos vegetais e significam as drogas mais antigas que se conhece.
É considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central como depressor de muitas ações no mesmo, provocando mudanças no desempenho e comportamento da pessoa, tais como euforia, excitação, confusão, letargia, coma e morte.
Seu consumo é admitido e incentivado pela sociedade, podendo se tornar um problema de saúde pública quando o consumo for excessivo, causando acidentes de trânsito, violência associada a episódios de embriaguez, além de desenvolver dependência.
Anfetaminas
Anfetaminas são substâncias químicas produzidas em laboratório consideradas como estimulantes, já que provocam o aumento da atividade cerebral do indivíduo, deixando o usuário eufórico, ofegante e “elétrico”. Esse aumento do processo cerebral é totalmente nocivo para a saúde, já que leva o usuário a extrapolar seus próprios limites, podendo causar danos irreparáveis ao cérebro. Quando esse ciclo de euforia acaba, o usuário se sente debilitado, fraco e depressivo, se vê obrigado a voltar a consumir novas e maiores doses da droga, criando assim um processo de dependência.
Essas drogas podem ser consumidas através de comprimidos, por via oral, diretamente injetada na corrente sanguínea, sob a forma de pó ou dissolvidas em bebidas alcoólicas. Os maiores usuários das anfetaminas geralmente são estudantes, caminhoneiros, pilotos e atletas, que buscam a melhora de desempenho em suas atividades, já que as anfetaminas aceleram o cérebro e provocam a perda de sono.
Além de afetar o cérebro humano, as anfetaminas causam a dilatação da pupila, aumento das pulsações e da pressão cardíaca. Estudos comprovam que entre os estudantes brasileiros do 1º e 2º graus das 10 maiores capitais do país, 4,4% revelaram já ter experimentado uma droga tipo anfetamina alguma vez na vida. Essas drogas possuem efeitos tão fortes que alguns delírios e alucinações causados pela droga podem levar o usuário ao suicídio por razões ilusórias, como uma perseguição imaginária, por exemplo.
Ansiolíticos
Ansiolíticos são drogas sintéticas do grupo dos benzodiazepínicos, que possuem a capacidade de tranqüilizar e diminuir a ansiedade do indivíduo, mesmo que seja por um período pré-estabelecido. Essas substâncias são bastante utilizadas em tratamentos de insônia, ansiedade, stress ou em determinadas circunstâncias para atenuar situações de pânico do indivíduo. Os ansiolíticos são ingeridos geralmente por via oral na forma de comprimidos, porém também podem ser injetados diretamente na corrente sanguínea.
Assim como todos os benzodiazepínicos, os ansiolíticos inibem o funcionamento exagerado da atividade cerebral, deixando o indivíduo em um estado mais tranqüilo, meio que “desligado” do meio ambiente e dos estímulos externos. Um significante detalhe nesse sentido é o fato do álcool poder intensificar os efeitos dessa droga, assim, misturar ansiolíticos com bebidas alcoólicas pode ser fatal.
Embora os ansiolíticos possuam úteis efeitos medicinais, podem causar efeitos indesejáveis e até mesmo a dependência. Naturalmente essas drogas provocam efeitos de sonolência, alterando as funções psicomotoras e prejudicando atividades que requerem bastante atenção, como dirigir automóveis, aumentando assim a probabilidade de acidentes. Com o uso freqüente da droga, na ocasião da interrupção desse uso, o dependente passa a sentir irritabilidade, insônia, dores pelo corpo, e em alguns casos, convulsões. Assim, a tendência do indivíduo é a de procurar novas doses dessas drogas para passar, mesmo que momentaneamente, esses efeitos indesejáveis, gerando assim a dependência química.
Barbitúricos
Os barbitúricos foram descobertos por Adolf Von Baeyer em 1864. Segundo a história, após fazer a síntese dessas substâncias, o cientista foi comemorar seu novo feito em um bar, e como a garçonete se chamava Bárbara, ele resolveu dar o nome de barbitúrico, à sua nova experiência.
Essas substâncias resultam da união do ácido malônico com a uréia, de onde se podem derivar substâncias com uso terapêutico. Os barbitúricos atuam como substâncias depressoras do Sistema Nervoso Central, são usados como antiepilépticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos. Essas drogas foram grandemente utilizadas como hipnóticas na década de 60, até o aparecimento das benzodiazepinas.
Os barbitúricos atuam no sentido de deprimir diversas áreas do cérebro, causando sonolência, dificuldades de concentração, raciocínio prejudicado, relaxamento e sensação de calma. Devido a essas propriedades, essas substâncias são utilizadas em remédios para dor de cabeça, epilepsia, controle de úlceras pépticas, pressão sanguínea alta e para dormir.
Os efeitos tóxicos ou indesejáveis que essas drogas provocam são: falta de coordenação motora, grande redução da pressão sanguínea, vertigens, redução da urina, espasmo da laringe e crise de soluço. Essas substâncias são consideradas drogas, pois provocam a dependência física e psicológica. Sua abstinência pode provocar transpiração excessiva, náuseas, vômitos, ansiedade, taquicardia, tremor corporal, etc, por isso, existem leis e diretrizes que dificultam o acesso de uma pessoa a um barbitúrico.
Boa Noite Cinderela
As drogas que possuem a denominação de “Boa Noite Cinderela”, também conhecidas como drogas do estupro ou rape drugs, são geralmente o GHB (ácido gama-hidroxibutírico), a Ketamina (Special K) e o Rohypnol (Flunitrazepam). Esse conjunto de drogas possui a característica de atacar o sistema nervoso central, provocando amnésia nas pessoas durante o período de intoxicação.
Essas drogas são bastante perigosas quando combinadas com o álcool, gerando grandes períodos de total inconsciência. O Boa Noite Cinderela pode ser bastante perigoso, já que existem inúmeros casos de roubo e violência sexual provocados por meio da droga. A situação mais comum é a de uma pessoa de boa aparência e boa fala que tenta se aproximar da vítima, geralmente em boates e bares, oferecendo uma bebida que já contêm a droga dissolvida. A vítima ingere a droga, perde a consciência e quase sempre é roubada ou violentada sexualmente.
Nos EUA existe um teste que comprova em questão de segundos, a presença ou não dessas drogas nas bebidas. A recomendação geral para evitar cair em golpes envolvendo o Boa Noite Cinderela é a de não tomar bebidas oferecidas por terceiros.
Você está numa festa e aceita uma bebida de um estranho e de repente fica tudo escuro, você acorda em um lugar totalmente diferente, pensa em ligar pra alguém e... epa! Cadê o celular e a carteira? Então percebe que foi vítima de um golpe: o Boa Noite Cinderela.
Pessoas que já sofreram esse golpe relatam os sintomas após ingerirem a misteriosa bebida. A sensação é de estar meio grogue e os sentidos vão sendo recobrados lentamente, a voz fica sonolenta e as palavras saem enroladas. Em virtude dos efeitos apresentados, essas substâncias são utilizadas freqüentemente por assaltantes e agressores que dopam a vítima a fim de assaltá-la ou abusar sexualmente, sendo, portanto, denominadas também de “rape drugs” (drogas de estupro).
Mas quais substâncias são responsáveis por causar essas alterações no organismo? Não existe uma fórmula pronta, o que acontece é um verdadeiro coquetel de medicamentos encontráveis em farmácias: o flunitrazepam, ácido gama hidroxibutírico (GHB) e cetamida. Essas substâncias são misturadas em bebidas alcoólicas e atingem o sistema nervoso central de quem as ingere, causando sonolência. No começo dos efeitos a vítima, por estar atordoada, pode até fornecer informações pessoais ao criminoso, e dependendo da dose e da substância, a vítima cai em sono profundo que pode durar 24 horas.
Vejamos a ação de cada substância no organismo:
Flunitrazepam
Nome comercial: Rohypnol;
Princípio ativo: é um ansiolítico, usado como redutor da ansiedade, mais conhecido como calmante.
Ácido gama hidroxibutírico GHB (sigla em Inglês)
Nome comercial: Ecstasy líquido;
Princípio ativo: é usado como droga, alucinógeno.
Ketamina
Nome comercial: Special K;
Princípio ativo: anestésico de uso veterinário, em humanos não tem uso terapêutico e é usado indevidamente para atordoar as vítimas.
Uma porção generosa de apenas um desses componentes já seria suficiente para derrubar uma pessoa, agora imaginem todos eles misturados e uma única bebida? É dose para leão, portanto tome cuidado ao ingerir bebidas de estranhos ou de amigos não confiáveis, a lesão pode ser muito maior do que a financeira: a própria morte.
Cafeína
A cafeína (C8H10N4O2) é um composto químico do grupo das xantinas. Denominada como 1,3,7-trimetilxantina, a mesma é encontrada em plantas e bebidas, como no café, chá, chimarrão, em refrigerantes, etc. A cafeína é considerada a droga lícita mais consumida no mundo.
Fisicamente, a substância se encontra na forma de um pó branco cristalino e amargo. O composto pode ser classificado como droga porque é utilizado como um estimulante cardíaco e diurético, além de deixar as pessoas mais eufóricas e causar dependência física e psicológica, agindo de forma semelhante à anfetaminas e à cocaína, porém com um grau de intensidade bem menor.
Estima-se que grande parte da população adulta brasileira consome a dose diária igual ou superior a 300 mg de cafeína. Seus efeitos são:
- bloqueio da recepção de adenosina, impedindo a sensação de sono em curto prazo;
- estímulo da produção de adrenalina, aumentando o metabolismo e dando mais disposição;
- aumento da concentração de dopamina no sangue, dando a sensação de bem-estar.
Os problemas que a cafeína provoca no organismo não são tão graves nem tão rápidos como nos casos das drogas ilícitas, porém existem. A recepção da adenosina é muito importante para o sono saudável, portanto com o bloqueio dessa substância, as pessoas terão, em longo prazo, dificuldades para se beneficiarem de um sono profundo.
Um indivíduo que tenta diminuir ou acabar com as doses de cafeína irá encontrar dificuldades, já que a substância gera o aumento da sensaçãode prazer e bem-estar. Além disso, muitas delas passam a apresentar dores de cabeça, ocasionadas pela dilatação dos vasos sanguíneos do cérebro.
Cigarro
Apesar de gerar grandes lucros aos fabricantes e ser um dos produtos mais vendidos no mundo, talvez por ser considerado símbolo de status, sabe-se que o cigarro acarreta sérios prejuízos a seus usuários, é atualmente o maior problema de saúde pública mundial.
O cigarro contém folhas secas do tabaco (nicotina rusticum e nicotina tabacum). Possui em sua composição mais de 4.500 complexos químicos, como arsênico, amônia, sulfito de hidrogênio e cianeto hidrogenado. Semelhante ao gás que sai do escapamento dos carros, o monóxido de carbono pode ser o mais letal de todos os elementos, pois este é responsável pela diminuição de oxigênio para o os órgãos dos fumantes. A fumaça depositada nos pulmões é composta de nicotina e alcatrão, sendo que este último é cancerígeno.
Os efeitos provocados pelo cigarro são sintomas psicológicos e físicos responsáveis pela dependência, tais como clareza de pensamentos, maior atenção, capacidade de concentração e aumento da memória, além de diminuir o apetite, a irritabilidade e relaxar a musculatura. O cigarro pode causar doenças do coração, hemorragias cerebrais, doença pulmonar e câncer de pulmão.
Cocaína
A cocaína é uma das drogas ilegais mais consumidas, fortes e perigosas do mundo. Extraída das folhas da coca (Erythroxylon coca), a cocaína é um alcalóide tropano e seu nome completo é 3-benzoiloxi-8-metil-8-azabiciclo (3,2,1) octano-4-carboxilico ácido metil éster.
Essa droga é sintética (produzida em laboratório) e também é considerada psicotrópica, já que atua no sistema nervoso central do indivíduo, responsável pelo comando dos pensamentos e ações das pessoas.
Descoberta na América do Sul há mais de 1200 anos, a cocaína era usada por muitos índios nativos para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço. O cientista italiano Angelo Mariani levou a cocaína para a Europa e desenvolveu um vinho baseado na planta, esse foi apreciado até mesmo pelo Papa Leão XIII.
O uso da cocaína provoca uma passageira euforia, excitação, sensação de onipotência, falta de apetite, insônia e um ilusório aumento de energia. Esses sintomas de euforia quando passam, geram uma enorme depressão ao usuário, resultando em uma busca maior por outras e maiores quantidades da droga.
Altas doses de cocaína podem resultar em convulsões, taquicardia, depressão do centro neural respiratório e depressão vasomotora. A overdose geralmente provoca arritmias cardíacas, convulsões epilépticas generalizadas e depressão respiratória com asfixia, levando o indivíduo a morte em menos de 3 horas.
Embora seja proibida em todo o mundo, a cocaína é a droga que mais gera dinheiro. Só nos EUA foram vendidos 35 milhões de dólares do produto em 2003.
Cogumelos
Os cogumelos foram usados para fins alucinógenos há muitos anos atrás, porém seu uso ficou bastante difundido no México, onde os nativos já os utilizavam em rituais religiosos. Os cogumelos atuam no Sistema Nervoso Central e geralmente causam náuseas, dilatação das pupilas, aumento do pulso, da pressão sanguínea e da temperatura, alucinações visuais e auditivas, atuando de forma bem parecida com o LSD.
No Brasil, as espécies de cogumelos mais consumidas como drogas são as do gênero Psilocybe cubensis. Seu mecanismo atua no sentido de estimular os receptores de acetilcolina, provocando sérias alterações no indivíduo, tais como: dificuldade de controle da urina e de fezes, náuseas, vômitos, pupilas dilatadas, queda da pressão arterial, etc.
Também é muito comum o uso da espécie Amanita Muscaria, que atua estimulando os neurotransmissores GABA no sistema nervoso central, ocasionando alucinações visuais, alterações de humor, falta de coordenação, sonolência, etc.
Crack
O crack surgiu no início da década de 80. É um tipo de droga feita de cocaína e mistura de cloridrato da cocaína, amônia e água destilada, que formam pequenos grãos.
O crack pode ser usado tanto aspirado quanto fumado. Por ser uma droga barata e pelo efeito durar pouco, faz com que as pessoas a usem em grandes quantidades, o que torna o vício maior. Por ser uma droga barata, atrai mais os usuários de baixa renda.
Quando a droga é fumada pelo usuário, ela faz um barulho de “estalar”, daí surgiu o nome de crack.
Seus efeitos psicológicos são de euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima. Os efeitos físicos são: a aceleração do ritmo cardíaco, calafrios, pupilas dilatadas, pressão alta, ansiedade, falta de apetite e paranóia. Ela pode matar por overdose.
O crack é considero como uma das drogas mais fortes, pois além de manter o organismo no ritmo acelerado, também tem altos poderes viciantes.
Ecstasy
O ecstasy é uma droga feita em laboratório (sintética) que possui o mesmo princípio ativo do LSD: a Metilenodioxidometaanfetamina (MDMA). Sabe-se que essa droga surgiu em 1912, sendo sintetizada pela primeira vez pelo químico alemão Anton Köllisch para ser usada com fins medicinais, em sessões de psicoterapia, e como inibidor de apetite.
O meio mais comum de consumo do ecstasy é por via oral, através de comprimidos, porém a droga também pode ser injetada ou inalada pelo usuário. Os efeitos do ecstasy duram em média, 10 horas. O usuário passa a sentir uma grande sensação de bem-estar e prazer, uma vontade incontrolável de conversar e às vezes, de ter algum tipo de contato físico.
A droga provoca inúmeros malefícios, tais como: boca seca, náusea, sudorese, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, hipertemia, depressão, dor de cabeça, visão turva, manchas roxas na pele, fadiga e insônia. O aumento da pressão sanguínea provoca o aumento da temperatura do corpo, que em alguns casos pode chegar até 42 graus, levando o usuário a uma profunda desidratação, se tornando fatal na maioria dos casos.
O ecstasy é muito utilizado em festas e baladas, já que além de provocar a sensação de bem-estar e sociabilidade, é um estimulante sexual, sendo denominado também de “pílula do amor”.
Heroína
A heroína é uma das mais perigosas drogas existentes. Derivada do ópio, a droga pode ser encontrada na forma natural ou sintética. Por serem originadas da mesma planta, a heroína é bastante semelhante à morfina, tanto que a heroína ao penetrar no organismo e ser processada pelo fígado, é transformada em morfina.
A principal forma de consumo da droga é através da injeção intravenosa, também é possível inalar ou fumar. O uso da droga provoca no usuário, sensações de intenso prazer, bem-estar e euforia. A heroína atua como uma substância depressora do Sistema Nervoso Central, diminuindo consideravelmente as sensações de dor, fome, tosse e desejo sexual.
O uso crônico da heroína pode ocasionar a ruptura dos vasos sangüíneos, infecções bacterianas nas válvulas do coração, doenças do fígado e rins, pneumonias, além de tuberculose. Quando a droga é utilizada em grandes quantidades, provoca náuseas, vômitos e coceira pelo corpo, sendo que a mistura de uma pequena dose de heroína com álcool pode potencializar grandemente os efeitos da droga.
O tratamento da heroína consiste na utilização de substâncias químicas sintéticas que aliviam o usuário durante o período de abstinência à droga, como o metadona, que atua bloqueando os efeitos dos opióides. Também é imprescindível um apoio psicológico para se descobrir os motivos que fizeram o indivíduo a procurar tal droga.
Lança-perfume
O lança-perfume é um solvente químico composto por éter, clorofórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada. Esse composto químico é produzido sob pressão dentro de tubos, assim, quando ele entra em contato com o ar, evapora rapidamente. O lança-perfume começou a se tornar popular após ser importado da Argentina, no início do século XX.
Na verdade, em alguns países, o lança-perfume não é considerado uma droga e sim um analgésico. Inicialmente, o lança-perfume era uma espécie de brincadeira, onde alguém lançava a substância em outra pessoa, dando a sensação fria e perfumada. Isso se tornou um símbolo do carnaval carioca.
O problema é que ele passou a ser inalado com fins entorpecentes: as pessoas molhavam lenços com o líquido e o aspiravam. A inalação do lança-perfume provoca efeitos de euforia, bem-estar, vontade de rir e sensação de “estar voando”. Contudo, também ocasiona a aceleração da freqüência cardíaca, a destruição irreversível de células cerebrais, alucinações, dores de cabeça, náuseas e depressão.
Os efeitos do lança-perfume são relativamente rápidos, duram em média de 15 a 40 minutos. Assim, são utilizadas cada vez mais outras doses da droga, contribuindo para o desencadeamento do ciclo vicioso. Existe também uma variação nacional do lança-perfume denominada de “Cheirinho da Loló", composto de fluido de isqueiro, B25, entre outros inalantes. Na Argentina e no Paraguai, as pessoas nem sabem o que é o lança-perfume, trata apenas de um item de exportação; já no Brasil, ele é considerado droga e seu uso ou porte pode levar à prisão por posse ou tráfico.
LSD
O LSD (dietilamida do ácido lisérgico) é uma substância alucinógena sintética (produzida em laboratório), cujos efeitos são profundas alterações mentais. Essa droga é um dos maiores alucinógenos que se conhece, visto que uma quantidade de apenas cem microgramas pode causar um brutal aumento nos sentidos, em um período de seis a quatorze horas.
Essa droga pode ser ingerida por via oral, injetada ou inalada, geralmente é encontrada em formas de barras e cápsulas. O LSD é produzido clandestinamente através da cravagem de um fungo do centeio (Claviceps purpurea), sendo um pouco semelhante ao ecstasy, porém mais barato e com um efeito mais rápido.
As pessoas que mais utilizam o LSD são adolescentes e jovens de classe média alta, com a intenção de obter sensações novas e coloridas, principalmente em ambientes de festas, por exemplo. Alguns usuários acham, equivocadamente, que com o uso da droga faz com que tenham visões reveladoras, conhecendo melhor a si e aos outros.
Os sintomas físicos mais comuns do uso do LSD são: dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial, náuseas e vômitos. Entre os sintomas psicológicos estão: alucinações visuais e auditivas, confusão, pensamento sensorial, euforia seguida de profunda angústia.
Maconha
A maconha, também conhecida como Cannabis Sativa, é uma planta que cresce nas condições mais adversas, possui dois gêneros, macho e fêmea. Pode ocorrer de um mesmo pé apresentar ambas as estruturas sexuais. A flor do macho é responsável por produzir o pólen que fecunda a fêmea, essa quando é fecundada enche-se de sementes que dão continuidade à geração seguinte, em seguida a flor morre. Quando a flor da fêmea não é fecundada, ela armazena a energia que gastaria na produção de sementes. Com essa energia ela excreta grande quantidade de uma resina pegajosa composta por várias substâncias diferentes, entre elas, o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol).
O THC na maconha tem a função de protegê-la dos raios nocivos da luz, tendo em vista que a Cannabis Sativa é uma planta originária de regiões desérticas. Essa mesma resina é encontrada na planta inteira, sendo mais concentrada na flor da fêmea que é a droga propriamente dita. Além de ser um protetor solar, o THC também tem outra propriedade, a de grudar em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, inclusive do homem. Essas moléculas neuronais são chamadas de receptores de canabinóides. Quando ocorre a ligação do THC com as moléculas dos neurônios, o receptor opera leves mudanças químicas dentro da célula. As mudanças são tão sutis que os cientistas não conseguem estabelecer quais são, no entanto, sabe-se que qualquer alteração dentro dos neurônios, por menor que seja, provoca efeitos sensíveis no raciocínio e na percepção.
Em 1992, o pesquisador Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual possuímos o tal receptor canabinóide. Esse receptor tem a finalidade de se ligar a outra molécula, desconhecida, fabricada pelo próprio cérebro, semelhante ao THC. A molécula foi batizada de anandamida (sânscrito, significa “felicidade”). Isso quer dizer que o nosso cérebro produz uma substância com efeitos iguais aos do THC, só que em doses menores. Não se sabe exatamente o papel da anandamida no cérebro, mas é sabido que desempenha um papel no controle da dor, há suposições de que também interfira na nossa percepção de tempo, na sensação de fome e de que esteja associada ao humor.
Por existir receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a crer que o papel da anandamida seja mais abrangente do que aparenta ser. São diversos os efeitos que a maconha pode causar em seus usuários como danos na memória de curto prazo, pois o THC afeta o hipocampo, área responsável por guardar a memória recente; dificuldade em manter o raciocínio e a concentração. A maconha altera o ambiente químico do cérebro, deixando-o mais propenso a certas atividades e menos capaz de outras. Seus efeitos podem durar de duas a três horas.
Em muitos países a maconha é ilegal, inclusive no Brasil, mas há lugares onde a droga é legalizada e outros onde ela é utilizada somente com a finalidade de diminuir a dor causada por algumas doenças.
O maior problema da maconha é o aumento do tráfico, a dependência que ela gera e os altos índices de criminalidade, pois o usuário sem dinheiro passa a praticar delitos para manter o vício, ocasionando diversos efeitos socioculturais.
Merla
A merla é um subproduto da cocaína, composto por 70% de folhas de coca e os outros 30% por ácido sulfúrico, cal virgem, querosene e outros. É uma droga feita em laboratório (sintética), obtida através da adição de solventes à folha da coca, originando um produto de constância pastosa e de cor amarelada. Essa droga pode ser ingerida na forma pura ou misturada ao cigarro de tabaco ou maconha.
Rapidamente a merla é absorvida pelos pulmões, atuando diretamente sobre o Sistema Nervoso Central. Seus efeitos são bastante parecidos aos da cocaína, provocando a sensação passageira de euforia, bem-estar e energia. Os efeitos indesejáveis são de diminuição do sono, perda de apetite, redução de peso, psicose tóxica, alucinações, delírios e confusões mentais.
O usuário de merla geralmente apresenta a ponta dos dedos amarelada, olhos avermelhados, lacrimejados e irritados, respiração difícil, tremores nas mãos, irritação e inquietação. Após o período de êxtase, começam os sintomas de profunda depressão, alucinações e uma grande sensação de medo. Em virtude da maior busca pelo prazer e para tentar “sair” da situação de depressão, o usuário procura maiores doses da merla ou outra semelhante, criando um ciclo vicioso.
O uso da merla é relativamente fácil de ser identificado, pois a droga é consumida por 80% de rapazes e 20% de mulheres entre 16 e 18 anos. Infelizmente, o tratamento para dependentes da droga é difícil, pois a abstinência da merla leva cerca de 20% dos usuários ao suicídio.
Morfina
A morfina é uma substância narcótica e sintética (produzida em laboratório), derivada do ópio retirado do leite da papoula. Com uma grande utilidade na medicina, a morfina é usada como analgésico em casos extremos, como nos casos de traumas, partos, dores pós-operativas, graves queimaduras, etc.
O mecanismo de atuação da morfina age no sentido de dificultar a ação dos receptores opióides, já que essas estruturas são importantes na regulação normal da sensação da dor. A morfina é introduzida por via oral, subcutânea, intramuscular ou intravenosa, sendo que a superdosagem pode resultar em danos graves ao paciente.
Embora a morfina possua úteis funções medicinais, ela também é usada como droga. Nos EUA e na Europa existem um número expressivo de pessoas usando a morfina de forma abusiva. No Brasil, esses números são bem menores. Sob a forma de droga, a morfina é consumida por via oral através de comprimidos, gerando no usuário a sensação de prazer, bem-estar e euforia.
Os efeitos tóxicos podem se resumir em danificações nas regiões cerebrais, pupilas contraídas, forte prisão de ventre, náuseas, vômito, depressão, impotência e incapacidade de concentração. O uso prolongado pode levar ao vício, sendo que a abstinência à droga pode causar ansiedade, agitação, febre, náuseas, hipersensibilidade à dor, etc. Devido à dificuldade de acesso à droga, as pessoas que ficam viciadas no uso entorpecente da morfina são geralmente médicos e pessoas que têm contato direto com a substância.
Ópio
É um líquido leitoso que ocorre de uma planta quando nela fazemos um corte. Esta planta chama-se papaver somniferum.
Quando seco, o suco passa a se chamar pó de ópio. O ópio é apresentado em barras de cor marrom e gosto amargo que podem ser reduzidas a pó.
Quando aquecida, produz um vapor amarelo que é inalado. Pode ser dissolvido na boca ou ingerido como chá.
A crise de abstinência pode começar dentro de aproximadamente, doze horas, apresentando-se de várias formas, indo desde bocejos até diarréias, passando por rinorréia, lacrimação, suores, falta de apetite, pele com arrepios, tremores, cãimbras abdominais e insônia ou, ainda, inquietação e vômitos.
Quanto aos aspectos físicos, os usuários ficam magros e com a cor amarela, diminuindo ainda, sua resistência às infecções.
Soníferos
Soníferos, ou hipnóticos como são conhecidos pela medicina, são psicotrópicos que possuem ação depressiva no sistema nervoso central do organismo provocando o sono. São normalmente confundidos com tranqüilizantes, sedativos e ansiolíticos e por isso tão consumido, já que atinge o patamar de ser a droga mais consumida por pessoas adultas.
Dentre as conseqüências que provocam pode-se citar: dormência, dependência, distúrbios na coordenação motora, diminuição da memória, depressão, insônia crônica, sonambulismo, amnésia de curto prazo, distúrbios da memória, reações alérgicas, bulimia noturna, inchaços faciais, aumento do apetite e outros.
Existem pessoas que ao ingerirem um sonífero acordam no meio da noite por causa do rápido efeito destas drogas bem como a sensação de embriaguez provocada ao acordar. Os soníferos inibem a insônia que nada mais é do que um sintoma de doença psíquica e/ou orgânica fazendo com que ainda sejam inibidas características de uma doença a ser tratada.
Caso haja realmente a necessidade de ingerir soníferos é importante seguir sempre orientação médica, nunca tomar estas drogas sem o consentimento de um médico e utilizar doses pequenas
Skank
Resultado de alterações genéticas, o skank é uma droga produzida em laboratório feita através de vários cruzamentos de tipos de maconha, chegando a ser considerada como uma “super maconha”. Por ser feita a partir da própria maconha, essa droga possui os mesmos efeitos, porém potencializados: palidez, excitação, risos, depressão ou sonolência, aumento de apetite por doces, olhos avermelhados, dilatação das pupilas, alucinações, etc.
Os efeitos do skank podem ser cerca de sete vezes mais fortes do que os da maconha comum. A droga possui teores de até 40% de THC (tetraidrocanabinol), “fritando” o cérebro do usuário. Esses estímulos são tão intensos, que às vezes os danos causados no cérebro podem ser irreversíveis.
O skank possui um preço muito caro se comparado com outras drogas, já que geralmente é importado da Europa, é consumido apenas por pessoas de classes sociais mais altas.
retirado do site: mundoeducacao